Minha trajetória nos Jogos Pan-Americanos

Fabiola Molina

Conheça como foi minha trajetória nos Jogos Pan-Americanos 

Agora, estou como comentarista da competição em 2019. Mas, enquanto atleta, conquistei quatro medalhas e obteve minha melhor colocação no Pan em casa, no Rio de Janeiro, em 2007. Saiba mais

Já estou em Lima! A partir do momento que pisei no aeroporto daqui, consegui sentir o clima dos Jogos no país. O aeroporto está incrível, todo decorado com toda a comunicação do Pan, e claro, as ruas também expressam isso, estão com bandeiras pelos postes. No hotel em que estou, a mesma coisa, encontrei muitas pessoas que estão trabalhando para os Jogos e vivenciando este clima.

Sinto uma sensação diferente de quando era atleta, mas a expectativa e a vontade de fazer o melhor, continuam iguais, estão sempre presentes. Com tudo isso, passa um filme na minha cabeça, uma linha do tempo, de todos os Pans que disputei e quero dividir isso com vocês.

1991, Havana, Cuba

O meu primeiro Pan foi em Cuba. Eu tinha apenas 16 anos, foi minha primeira seleção absoluta. Era a segunda nadadora dos 100 costas e cheguei na final, ficando em 8º lugar. Vi grandes nadadores do nosso país, como o Gustavo Borges e o Rogério Romero ganharem medalha de ouro, e vi toda a emoção de estar no pódio representando o Brasil. Por isso, pensei comigo que um dia também queria estar ganhando uma medalha.

Tenho o privilégio de ter uma família que sempre me apoiou no esporte e me acompanharam ao longo de minha trajetória. E nesses Jogos Pan-Americanos, além dos meus pais e irmãs, meus avós também foram. E é muito legal terminar a prova e saber que eles estão na arquibancada sorrindo para você, independente da minha classificação.

1995, Mar del Plata, Argentina

Se passaram 4 anos, e em 1995, o Pan foi em Mar del Plata. Eu já estava treinando nos EUA. Cheguei até a final e saiu minha primeira medalha em Jogos Pan-Americanos: bronze nos 100 costas, com o tempo de 1.04.85. (foto)

Detalhe para o Record Mundial da Chinesa com 1.00.31, que no final da minha carreira consegui nadar para 1.00.07 (e imaginar que  naquela época nadar para abaixo de 1.01 era sensacional). Foi um momento único e muito emocionante. Minha família estava lá novamente, e consegui compartilhar essa alegria com eles, ao vivo.


1999, Winnipeg, Canadá

Então, mais 4 anos se passaram. Fui para o Pan de Winninpeg. Nadei 5 provas pelo Brasil: 100 e 200 costas, 200 e 400 medley, além do 4×100 medley, onde conquistamos a medalha de bronze. Dessa vez não consegui medalha individual e também, fiquei muito próxima do indicie olímpico. Foi um pouco decepcionante não ter chegado nesses objetivos. Minha família mais uma vez estava lá e compartilharam essa dor comigo. Depois dessa competição, resolvi trocar de treinador e também, de local de treinamento.

Não me classifiquei para Pan de 2003, mas o Diogo Yabe (meu atual marido), foi e representou muito bem o Brasil nos 200 medley.

2007, Rio de Janeiro, Brasil

Novamente, 4 anos se passaram e o Pan foi no Brasil, no Rio de Janeiro. Eu e o Diogo já estávamos casados e foi o primeiro Pan que participamos juntos. Como estávamos competindo em casa, foi algo muito importante e especial. Meus pais, irmã e avô estavam na arquibancada mais uma vez, e, eu tinha acabado de perder a minha avó um mês antes, isso, enquanto eu competia na Espanha. Senti muito com a perda dela e essa prova no Rio nadei especialmente por ela. Assim, com tamanha motivação, fiquei a prova toda em 4º lugar, mas no final dei uma arrancada (acho que com uma força a mais dela) e conquistei a medalha de prata. Com certeza, foi muito emocionante e marcante, uma memória que guardo para sempre, em minha mente e no meu coração.

Link para ver o vídeo : https://www.youtube.com/watch?v=-rm6TSuRMRg

2011, Guadalajara, México

Mais 4 anos se passaram e sabia que aquele seria o meu último Jogos Pan-Americanos, em Guadalajara, (porque já planejava encerrar minha carreira competitiva após Londres, em 2012).  Na minha prova individual, tive um problema na largada, escorregando na saída, consegui me recuperar, mas cheguei em 4º lugar. Fiquei chateada, mas ainda tinha o revezamento. Com isso, abri o revezamento com ótimo tempo, entregando o revezamento disputando a prova e então, conquistamos a medalha de bronze. Mais uma vez, ao meu lado, minha família estava presente na arquibancada e vivenciaram essa última emoção em Jogos Pan-Americanos.

2019, Lima, Peru

E hoje, estou aqui! Agora, presencio esta emoção como comentarista. É algo diferente, mas eu estarei na energia e na emoção com cada atleta, em cada caída na água, nadando junto, com cada um.

Eu te convido a participar desta emoção junto comigo e com nossos atletas. Fique ligado, a natação começa dia 06 de agosto. E, pode deixar, que vou mandando notícias por aqui!

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